Pau de carga

O tubo tem boa capacidade de carga a tração e compressão, mas tem pouca capacidade de carga a flexão.

O ideal é utilizarmos vigas apoiadas e cunhadas em forcados, para evitar tombamento.

Primeiro deve-se ter certeza de que as cargas sejam somente verticais e de que a estrutura é capaz de absorvê-la.

Quando não for possível a utilização de forcados, apoiar as vigas encostadas nos nós. Devemos levar em consideração que a braçadeira resiste somente a 850kgf (esta capacidade deve ser verificada com o fabricante do material adquirido) e se utilizarmos carga apoiada no tubo gerando flexão gerando momento, como vimos antes o momento admissível neste caso é de 50kgf.m.

Não utilizar pau de carga em balanço, pois as variáveis são muitas e não será possível garantir a segurança na operação.

Como existe a possibilidade de instabilidade lateral das vigas, é prudente não utilizar mais do que 70% do momento admissível e utilizar vão reduzidos.

Abaixo algumas possibilidades de utilização de vigas em pau de carga, trataremos melhor sobre a utilização de vigas mais a frente quando tratarmos sobre escoramento.

*  Flecha muito alta necessária colocação de mão francesa ao centro da viga e anel ao pé da mão francesa.

** Alem da flecha beste caso a carga está limitada a resistência das braçadeiras.

Princípios e conceitos básicos das estruturas

Sistema Tubular é todo aquele constituído de tubos, ou seja, peça cilíndrica, quadrada ou retangular com o interior vazado, interligados formando uma estrutura.

A teoria e o estudo do comportamento das estruturas tubulares permitem a utilização em diversas necessidades.

Atualmente utilizamos estruturas tubulares nas mais diversas necessidades. Andaimes, escoramentos, passarelas, pórticos, galpões, treliças, palcos, arquibancada, prateleiras...

Na maioria das vezes as estruturas tubulares são provisórias.

A estrutura tubular é um corredor de cargas;

Possui um engastamento elástico através das braçadeiras ou soldas;

Forcados e bases são articulações e só transmitem cargas axiais;

A base de apoio deve estar apta a receber a carga e transmitir tensões comparáveis ao solo;

Esforços horizontais ou inclinados são combatidos com cunhas e tirantes fixados externamente a estrutura, para que os postes só recebam esforços axiais;

As vigas devem estar sempre encunhadas no forcado para preservar a axialidade das cargas;

Deverá ser verificada a estabilidade da estrutura para: esforços de vento, mão francesas, consoles e atirantamentos que introduzem momentos a estrutura;

É fundamental a drenagem do terreno onde se apóia a estrutura;

Quando a absorção de carga é realizada por braçadeiras o poste trabalha a flexo-compressão e sua capacidade é reduzida.

Boas práticas

Plataforma

Os pisos de trabalhos dos andaimes devem ter forrações completas, antiderrapantes, e serem nivelados e fixados de modo seguro e resistente (NR 18.15.3).

Devem ficar apoiados com, no mínimo, 15 cm de balanço em cada extremidade e devidamente travados/presos à estrutura nas extremidades. Os pisos devem ficar bem unidos evitando espaços entre as pranchas, assim como as sobreposições de pranchas também devem ser evitadas.

 Estabilidade

Torres móveis (com rodízios) não devem ter altura superior a três (3) vezes a menor dimensão da sua base. Os rodízios devem ser providos de travas de modo a evitar deslocamentos acidentais (NR 18.15.26).

Os andaimes móveis somente poderão ser utilizados em superfícies planas (NR 18.15.27).

É muito importante verificar a resistência dos rodízios. As cargas concentradas nos postes incidirão diretamente sobre os mesmos.

É proibido o deslocamento dos andaimes com pessoas sobre os mesmos (NR 18.15.13).

Os andaimes, quando necessário, devem ser amarrados / ancorados a uma estrutura externa estável. Não é permitida a fixação em tubulações de produtos, equipamentos ou qualquer dispositivo mecânico que comprometa o perfeito funcionamento da planta.

Acesso aos andaimes

Os acessos aos andaimes devem ser feitos de maneira segura (NR 18.15.9).

Os acessos verticais aos andaimes devem ser feitos em escadas incorporadas a sua própria estrutura ou por meio de torres de acesso (NR 18.15.20).

As escadas tipo marinheiro deverão ter degraus a cada 30 cm e guarda-corpo a partir de 2,00m de altura e até 1,00m acima do último piso de trabalho. A cada 9,00m deve possuir uma plataforma de descanso (NR 18.12.5.10) e (18.12.5.10.1).

As escadas construídas com patamares, pisos, espelhos e corrimão / guarda-corpo deverão proporcionar segurança e conforto para os usuários (espelhos com 20 cm, pisos com 30 cm, patamares com 1,00m x 1,00m, no mínimo).

Os rodapés deverão ter 20 cm de altura e serem instalados perpendicularmente aos pisos em todo o perímetro da plataforma de trabalho, proporcionado uma perfeita vedação que evita a queda de objetos.

As estruturas devem ser providas de guarda-corpo duplo, instalados a partir do piso de trabalho com 0,70m e 1,20m.

Emenda com Luva – Tração – Garrote

Quando for necessária a emenda de tubos com utilização de luvas, e que estejam incidindo sobre eles esforços de tração, deve-se fazer um reforço (costura da emenda).

Braçadeiras

Existem três tipos de ligações de tubos comumente conhecidas como “Nó de Braçadeira”: Engastado, Articulado e Ligação ou Nó de Três Braçadeiras.

Contraventamento

A estrutura do andaime deve ser convenientemente contraventada de tal forma a eliminar quaisquer oscilações (NR 18.15.29).

Através das diagonais, combatemos os esforços horizontais (tangenciais) que podem ocorrer na prática por falta de prumo nos postes, vento ou até por deformação da perpendicularidade acarretado pelas cargas de compressão nos postes.

A diagonal forma com a travessa (ou longarina) e o poste um triângulo. E é ele quem dá estabilidade ao plano neste local.

Carga Admissível por Braçadeiras

 Braçadeira Fixa

 

 Braçadeira Giratória

 

Por medida de segurança, em função de diversos fabricantes, devemos adotar para o dia a dia:

Carga adm. = 850 kgf (Braçadeira fixa)

Carga adm. = 650 kgf (Braçadeira giratória)

Andaimes para içamento de cargas – Pau de Carga - por mais simples que sejam, devem ser montados conforme orientação de projeto, evitando assim o comprometimento do equipamento que esta sendo içado e o empeno e amassamento dos materiais de andaimes.

Não é permitida a instalação de tirfor em estruturas que não tenham sido projetadas para este fim.

Tipos de andaime

Em relação ao material utilizado:

Tubular com equipamento convencional:

Estrutura provisória composta de tubos de aço galvanizado, unidos através de acessórios específicos compostos com parafusos (braçadeiras, luvas de união, etc.);

Tubular com equipamento de encaixe Multidirecional:

É uma evolução do Sistema Tubular. Equipamento constituído de sistema tubular pré-fabricado com montagem sem utilização de parafusos e porcas, permitindo o encaixe rápido dos elementos horizontais e diagonais através de uma pinça com chaveta rápida, que se encaixa em um estribo de engate fixado nos montantes ou postes, proporcionando sua utilização em diversos ângulos em planta, onde suas conexões podem ser realizadas a cada cinquenta centímetros de altura; com características físicas e mecânicas similares ao sistema tubular. Para sua montagem é dispensável qualquer tipo de chave para aperto de parafusos, pois suas peças já possuem sistema de encaixe.

Em relação à forma de apoio:

Andaimes Simplesmente Apoiado

São aqueles onde todos os elementos estruturais verticais (postes) transmitem os esforços diretamente ao apoio. Estes andaimes podem ser fixos ou móveis (sobre rodízios).

Andaimes Tipo passarela

São aqueles onde somente alguns elementos estruturais verticais (postes) transmitem esforços diretamente ao apoio. São andaimes que necessitam transpor interferências, tais como: pipe racks, ruas, obstáculos, máquinas, etc.

Andaime tubular convencional em balanço

São aqueles que se projetam para fora da projeção construção. São suportados por vigamentos ou estruturas em balanço, que tenham sua segurança garantida, seja por engastamento ou outro sistema de contrabalanceamento, no interior da construção, podendo ser fixos ou deslocáveis.

Andaime tubular convencional suspenso

São aqueles montados e engastados abaixo de uma estrutura rígida existente, cuja plataforma de trabalho é sustentada por postes verticais.

Definições:

Acesso.

São escadas, rampas, elevadores, passarelas e plataformas que permitem atingir os pontos elevados de trabalho.

Acoplamento normal (Braçadeira Fixa) 1/49.

 Peça utilizada para amarração de dois tubos em ângulo reto.

Acoplamento giratório (Braçadeira Giratória) 2/49.

 Peça utilizada para amarração de dois tubos em qualquer ângulo.

Andaimes.

Plataformas necessárias à execução de trabalhos em lugares elevados, onde não possam ser executados em condições de segurança, a partir do piso.

ART

Anotação de Responsabilidade Técnica que deverá ser realizada pelo profissional legalmente habilitado, no conselho de classe. (Engenheiro)

Acessório de Içamento.

Materiais utilizados no içamento de peças de andaimes, como moitão, cordas, etc.

Diagonal.

Tubo responsável pelo contraventamento da estrutura e distribuição de esforços.

  

Guarda-corpo.

Proteção para evitar queda de pessoas das plataformas dos andaimes.

Linha de Vida.

São linhas horizontais resistentes, de corda ou cabo de aço, fixadas em dois pontos rígidos e estáveis, destinada a dar mobilidade com segurança aos trabalhadores que efetuam movimentação horizontal com risco de queda. Necessitam projeto e memória de calculo específica para cada linha instalada.

Longarina.

Tubo montado na horizontal, na direção oposta à da travessa, fixado aos montantes, em ângulo reto, responsável pela amarração longitudinal do andaime.

Luva de união.

 Equipamento utilizado para emenda de topo de dois tubos e deve ser utilizada preferencialmente na vertical, quando na utilização horizontal deverá ser utilizado GARROTE (4.13).

Espiga

Peça de aço, utilizada para encaixe de dois tubos da mesma dimensão em linha reta.

          Garrote

Artificio auxiliar para fixação rígida na emenda de dois tubos onde estejam agindo esforços laterais ou de tração.

Montante ou poste. 

Tubo montado na vertical que distribui esforços do andaime para o apoio ou estrutura existente.

Plataforma de serviço.

Conjunto de pranchas de madeira, metálica ou qualquer outro material resistente à flexão, justapostas, que compõe o piso do andaime.

Rodapé

Proteção física para evitar queda de ferramentas e materiais das plataformas dos andaimes.

Rodízio

Equipamento com rodas e travas de segurança que permitem o deslocamento horizontal do andaime.

Travessa

Tubo montado na horizontal, fixado aos montantes em ângulo reto, responsável pela amarração transversal do andaime.

Trava quedas.

Equipamento automático de travamento, utilizado para não permitir a queda do trabalhador que necessita de mobilidade vertical ou horizontal, para execução de suas atividades.

ANDAIMES PROJETO E EXECUÇÃO

Buscando no mercado nacional literatura especifica para a área de andaime e escoramento pouco ou quase nada se encontra. As únicas informações são as contidas nas paginas da internet dos fabricantes ou em breves cursos oferecidos nos grandes centros. Em minha busca não encontrei nenhuma literatura técnica sobre o assunto que não viesse através dos fabricantes e mesmo assim sem dados técnicos suficientes.
Meu intuito com este trabalho é distribuir o conhecimento adquirido, buscando uma melhor qualidade nos andaimes e com isto diminuindo os seguidos acidentes que ocorrem em todos os estados do nosso país.